"Depois de um casamento celebrado com pompa e circunstância e com direito a reportagens nas revistas de jet set, Álvaro e Isabel começaram a desentender-se há um ano. Ela queixava-se à família que Álvaro a obrigava a práticas sexuais aberrantes. Aos amigos dizia apenas que Álvaro lhe batia com frequência. Um dia Isabel comunicou à família que ia pedir o divórcio. Já apresentara queixa à polícia por violência doméstica, mas na esquadra desvalorizaram a situação, pelo que não teria outra solução senão separar-se. A família tentou demovê-la, alegando que devia defender em primeiro lugar os interesses dos filhos.Alguns amigos tinham a mesma opinião, outros apoiavam-na na decisão de se divorciar.
Um dia Isabel saiu de casa sem avisar ninguém. A família e alguns amigos criticaram-na e lembraram-lhe que as maiores vítimas seriam os filhos. Isolada e em silêncio, Isabel sofre, mas suspira de alívio quando pensa que, pelo menos, não voltará a ser vítima da violência do marido. Apesar de se verem privados da mãe, os filhos apoiam a sua decisão.O caso tem muitas semelhanças com aquilo a que os comentadores vêm chamando de divórcio entre Pedro Passos e Paulo Portas.
Paulo aguentou a violência e a humilhação pública enquanto pôde. Começou por avisar a família (política) mais chegada que a sua paciência se estava a esgotar e um dia pedia o divórcio. A família pediu-lhe que ponderasse e pensasse nos filhos. Cada vez mais isolado, mas com a consciência a pesar-lhe, ao saber que Pedro o traíra com uma ex- professora, Paulo tentou abandonar o lar sem dizer nada a ninguém. Vexado.
As famílias de Pedro e Paulo criticam-no severamente e Pedro aproveita para sequestrar Paulo.
É possível que os filhos até venham a ser institucionalizados e a sua custódia seja entregue, provisoriamente, a uma qualquer Santa Casa, mas certamente que a esmagadora maioria não deixará de apoiar a decisão de Paulo, porque não acredita que possa viver pior do que já vive.
Quem defende que Paulo deveria suportar estoicamente as sevícias que Pedro lhe infligia, é porque tem interesses e sobrevive à custa da união do casal."