quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O" Povão" ,precisa saber isto!!


Os bancos mais perigosos que os exércitos

23/02/2012
Esta frase atribuida a Thomas Jefferson, un dos criadores da nação norte-americana, reflete uma verdade de extrema atualidade.Tem as características de uma profecia plenamente realizada em nossos dias, em especial nos EUA e em outros paises ricos do mundo. Esta advertência merece ser conheida e difundida.
LB
“Penso que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades que exércitos inteiros prontos para o combate. Se o povo americano permite um dia que os bancos privados controlem a sua moeda, os bancos e todas as instituições que venham a florescer em torno aos bancos privarão as pessoas de toda posse, primeiro por meio da inflação, em seguida pela recessão até o dia em que seus filhos (e filhas) acordarão sem casa e sem teto sobre a terra que seus pais conquistaram.”
Thomas Jefferson 1802

sábado, 29 de março de 2014

mente

Há um primeiro-ministro que mente.
Mente de corpo e alma, completamente.
E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele mente sinceramente.
Mas que mente, sobretudo, impunemente...
Indecentemente... mente.
E mente tão racionalmente,
Que acha que mentindo vida fora,
Nos vai enganar eternamente.

segunda-feira, 10 de março de 2014

A Escola de Chicago

    "Milton Friedman foi o mais importante ideólogo do livre mercado e do Laissez-faire (₁) no século XX. Por sua orientação ou influência, o neoliberalismo económico foi imposto ao mundo de forma anti-democrática e, em muitos casos, de forma sangrenta. Como consequência do desmantelamento dos serviços sociais, da privatização da grande maioria do tecido económico, do fim dos sindicatos e das desregulação da actividade económica, característica deste modelo, verificou-se na generalidade dos países um aumento brutal das desigualdades sociais, porque, embora houvesse crescimento económico e criação de riqueza como nunca antes, só um pequena fracção de privilegiados usufruiu desse crescimento.

Este modelo económico-social, é considerados pelos media mainstream, livre e democrático. No entanto, feita uma análise histórica aos países onde foi imposto, verifica-se facilmente que é tudo menos livre e democrático. Pelo contrário, as corporações e máfias globais dominam e controlam tudo, desde a saúde à cultura e informação, impondo pela propaganda, terror e medo, o fim da história (₂). Ou seja, o fim do estado do bem-estar que o modelo keynesiano (₃) trouxe no pós guerra. Os mesmos media maistream, governos e comentadores do sistema, consideram Milton Friedman um guru da liberdade e da democracia, até já há prémios da liberdade com o nome Milton Friedman. No entanto, a realidade é bem diferente, Milton Friedman é responsável moral pelo sofrimento, tortura e morte de milhares de pessoas, quer por aconselhamento directo aos governos na transição imposta para o neoliberalismo, quer, sobre tudo, pela difusão do pensamento neoliberal e do capitalismo financeiro-especulativo pelas elites mundiais.

Como já referi em textos anteriores, a crise económico-financeira do presente é da responsabilidade do modelo económico e social que o pensamento da Escola de Chicago (₄) e seu mentor, Milton Friedman, impôs ao mundo nos últimos 35 anos. E, para os que pensam que a referida crise será o pronuncio de uma mudança futura no sentido de maior regulação da actividade económica e maior distribuição de riqueza criada, ou seja, um regresso ao modelo Keynesiano adaptado aos tempos de hoje, é de uma ingenuidade tão grande como acreditar no Pai Natal. Só poderemos ter esperança numa mudança no sentido do bem-estar colectivo, se soubermos exercer pressão sobre o poder político, a exemplo do que se passou nos anos 30 e que resultou no New Deal (₄), para fazer face à grande depressão de 29, curiosamente, causada pela ideologia defendida por Friedmam, caso contrário, nada de importante mudará e rapidamente regressará o business as usual (mais do mesmo).

Os Chicago Boys (₅) e as máfias globais com o apoio ou conivência dos governos fantoches e dos media mainstream, não perderão a oportunidade de por em prática a terapia de choque final, que acabará com o que resta do sistema keynesiano. Sem emprego ou com a ameaça de o perder, as pessoas aceitarão tudo que lhes for imposto sem grandes protestos, quando acordarem, caso não tenham morrido de fome, já nada há a fazer. Foi assim nos últimos 35 anos por todo o mundo e, depois do fim do bloco Soviético, ficaram com rédea livre. Saibamos, portanto, tirar lições da história.

No início dos anos 30, o presidente Americano Franklin Roosevelt, implementou o New Deal, com base no pensamento de Keynes, para fazer face à grande depressão de 29 e prevenir que um grande número de pessoas migrasse para o radicalismo de esquerda. No final Grande Guerra foi implementado o sistema de Bretton Woods (₆) que resultou na criação de Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) – estas instituições no presente estão completamente contaminadas pelo ideário da Escola de Chicago, por isso, tiveram e têm um papel fundamental na imposição do neoliberalismo − com o objectivo de criar regras monetárias a nível internacional e ajudar os países a recuperar das mazelas da guerra e da grande depressão. A base ideológica e económica foi o sistema Keynesiano que foi implementado na maioria das potências ocidentais e que foi a base do Sistema Social Europeu e do capitalismo decente.

Nos anos 50 e 60 no Cone Sul da América Latina: Chile, Argentina, Uruguai e partes do Brasil, nasceu a resposta ao Keynesianismo da América do Norte e da Europa Ocidental, com o desenvolvimentismo, ideologia com base no Keynesianismo. Como resultado, esses países registaram uma enorme expansão económica e social e pareciam-se mais com a Europa e EUA do que com o resta da América Latina e outras partes do Terceiro Mundo.

O sucesso do Keynesianismo do Norte e desenvolvimentismo no Sul, não agradava a todos, a Escola de Chicago vivia dias negros, mas tinha poderosos aliados: os dirigentes das grandes transnacionais Americanas que estavam fartos de dividir as enormes riquezas criadas pelo crescimento económico, por meio de impostos sobre as suas corporações e salários aos trabalhadores.

A revolução Keynesiana contra o Laissez-faire estava a custar caro ao sector corporativo. Era necessária uma contra-revolução. Mas Wall Sreet não conseguiria faze-lo sozinha, naquele ambiente, a população não aceitaria. Era necessária uma campanha de carácter ideológico que desacreditasse o Keynesianismo. Aí entrou a Escola de Chicago que imprimiria os argumentos da contra-revolução sob a capa da independência científica da Universidade de Chicago. Só que esta suposta independência foi financiada pelas corporações com o intuito de espalhar a ideologia neoliberal que acabaria com os direitos sociais e com as formas de protecção que os trabalhadores tinham conquistado e permitiria a obtenção de lucros astronómicos que caracterizam essas corporações hoje.

Mas a cruzada ideológica implementada pela Escola de Chicago com o patrocínio das corporações, não chegava, as populações não abdicavam dos seus direitos e do seu bem-estar, era necessário recorrer à força para forçar rapidamente a contra-revolução. E foi exactamente isso que aconteceu. Com o pretexto da luta contra a expansão comunista, a CIA derrubou ou ajudou a derrubar governos em todo mundo, na grande maioria dos casos eleitos democraticamente, e em seu lugar colocou governos ditatoriais que serviam os interesses americanos.


No inicio dos anos 70 aconteceu o primeiro choque petrolífero que abalou a economia global e foi também a oportunidade para a ideologia da Escola de Chicago se começar a impor.

Friedmam era um adepto das crises, reais ou inventadas, para impor de forma rápida e contra a vontade das populações, o modelo neoliberal da Escola de Chicago. O Chile no início dos anos 70 do século XX serviu como uma espécie de tubo de ensaio para friedmam testar as suas teorias económicas, actuando como conselheiro do ditador e assassino, Augusto Pinochet, quando este tomou o poder com um sangrento golpe de estado patrocinado pela maior organização terrorista do mundo, a CIA.

No mesmo dia em que Pinochet assassinava o presidente democraticamente eleito, Salvador Allende, os Chicago Boys chilenos, súbditos da Escola de Chicago de Friedmam e sob sua orientação, iniciaram a preparação do novo programa económico e social que o ditador e assassino levaria à prática governativa, pela força, pela tortura, morte e terror, que consistia no corte de impostos, livre comercio, privatizações dos serviços públicos, corte nos gastos sociais, desregulamentação, enfim, capitalismo financeiro-especulativo, característica da ideologia da Escola de Chicago e de Milton Friedman. Esta apropriação do capitalismo selvagem ficou conhecida como a revolução da Escola de Chicago.

Mais de trinta anos depois do golpe sangrento de Pinochet e da implementação do neoliberalismo económico idealizado por Friedmam, está por provar que o friedmanismo funcionou. Apesar dos elogios dos media mainstream e da elite neoliberal, que nunca incluem nas contas os milhares de mortos e torturados que a terapia de choque causou, a verdade é que após 10 anos de friedmanismo a economia chilena estava próximo do colapso: a dívida explodiu, a hiper-inflação voltou e o desemprego atingiu 30%, 10 vezes mais que no tempo do governo de Allende. Tudo isto devido à especulação financeira das agencias que os Boys de Chicago deixaram sem controlo, bem como, à desregulação da actividade económica. O que terá evitado o colapso no Chile no inicio dos anos 80 foi o facto da empresa mineira de cobre Codelco, nunca ter sido privatizada por Pinochet, porque, só por si, esta empresa gerava cerca de 80% das receitas das exportações do país, o que garantiu ao estado uma receita segura.

Para evitar o colapso da economia, por volta de 1982 Pinochet mudou de política, nacionalizou empresas em ruína e demitiu a maioria dos Chicago Boys dos cargos governativos. Em meados dos anos 80 o crescimento económico do país estabilizou, sendo esta fase que é dada como exemplo do sucesso do neoliberalismo da Escola de Chicago. Mesmo assim, em 1988, com estabilização e crescimento da economia, 45% da população estava abaixo do linear de pobreza, enquanto os 10% mais ricos viam as suas receitas aumentarem 80%. Em 2007, o Chile era o 8º país mais desigual entre os 123 países da lista das Nações Unidas da medição das desigualdades.

O milagre económico chileno, é pois, uma mistificação criada por Friedmam, pelos Chicago Boys e por a toda a elite trapaceira que rouba aos povos e é alimentada pelos media mainstream que, na sua maioria, a eles pertencem.

A contra-revolução perseguiu e foi imposta de forma anti-democrática nos mais diversos países no mundo. Na Argentina, Chile, Brasil, Uruguai, Bolívia, China, Rússia, Indonésia e chamados Tigres Asiáticos, ela foi imposta de forma extremamente violenta e causou milhares de mortes (proximamente poderei voltar a este assunto, abordando a forma como a contra-revolução foi imposta nos países referidos. Veremos). Mas em todo o mundo se faz sentir os efeitos da ideologia da Escola de Chicago e de Milton Friedman. Os Chicago Boys passaram a ocupar ou a ter grande influência nos bancos centrais e nas instituições de Bretton Woods, a presente crise global é uma das suas consequências.

Em Portugal a ideologia de friedman está em grande expansão. Os sectores fundamentais da economia foram entregues aos poderosos e às grandes corporações nacionais e internacionais e as corporações clientelares apoderam-se do que resta do bolo. O comércio é completamente dominado pelas grandes corporações. Os governantes e dirigentes locais sempre que patrocinam a abertura de mais um grande espaço comercial, apressam-se a enaltecer a criação de empregos que a nova estrutura criará, no entanto, escondem que por cada emprego criado por esses empreendimentos, 4 serão perdidos nos pequenos espaços do que resta do comercio tradicional, para além de que os empregos nos grandes empreendimentos são, na sua maioria, precários e em regime de semi-escravatura. O povo, completamente alienado pela propaganda e néon dos grandes centros comerciais e hipermercados, endivida-se para aceder aos sonhos que esses espaços prometem, mas, em vez de sonhos adquire pesadelos. Os grandes empreendimentos programados e licenciados destinam-se a alimentar os parasitas do costume e hipotecarão as futuras gerações. Os grandes empreendimentos turísticos com o selo PIN (projecto de interesse nacional), não são mais do que um criminoso apoderamento do espaço colectivo do que resta de belo do país. Os progressos sociais conquistados depois do 25 de Abril têm sido atacados fortemente, os que restam estarão fortemente ameaçados se prosseguir a ideologia neoliberal. José Sócrates, Primeiro-ministro, é claramente um súbdito da terceira via, do Tony Blair e do Bill Clinton, que não é mais do que um neoliberalismo encapotado, apesar do seu actual discurso Keynesiano, devido à conjuntura, é algo de temporal e enganador. A oposição alternativa a Sócrates, liderada por Ferreira Leite, já nem disfarça, a sua ideologia é completamente neoliberal, deveriam ter vergonha e mudar o nome do partido. Quando Ferreira Leite recentemente referiu que suprimir a democracia por meio ano para efectuar as reformas necessárias e depois repor a democracia, era algo desejável, queria dizer exactamente isso: suprimir a democracia para implementar o neoliberalismo final de forma rápida e sem protestos, a exemplo do que os Chicago Boys fizeram na Bolívia nos anos 80 e na Rússia nos anos 90, com as consequências que se conhece.

Milton Friedman morreu em 16 de Novembro de 2006. Se houvesse inferno, certamente que lá ficaria a arder eternamente para pagar os seus pecados."
texto copiado de:
 http://josevazsilva.fponto.net/index. com a devida vénia.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Baixar salários é a PALAVRA DE ORDEM

Para aqueles que batem palmas aos cortes no reformados e funcionários públicos ,tem AQUI A RESPOSTA..Não tenham dúvidas ,meus amigos ,estes gajos f,odem todos sejam de esquerda ou de direita,públicos ou do privado.Eles não conhecem nem o pai nem a mãe. São filhos de CHOCADEIRA.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

carta aberta

PARA QUE CONSTE  2

AS INJUSTIÇAS NOS CORTES E A POLÍTICA DE DIVISÃO DOS PORTUGUESES
CARTA ABERTA A SUA EXCELÊNCIA O PRIMEIRO-MINISTRO DE PORTUGAL
Não pode deixar de ser revoltante para as maiores vítimas da austeridade que este Governo seleccionou como alvos preferidos – funcionários públicos e pensionistas que recebem acima dos mínimos de subsistência – ouvir como principal argumento para seguir esse caminho o facto de constituirem o grosso da despesa pública onde se torna indispensável cortar drasticamente, a bem do necessário equilíbrio das contas públicas.
Alguns responsáveis políticos e  comentadores dos OCS têm propalado falaciosamente que essa despesa representa mais de 70% da despesa total do Estado, quando ela (no OE para 2014) é afinal de 47%, incluindo nesta percentagem 8% para as pensões, isto se as contas forem feitas em termos líquidos (único critério aceitável para dimensionar correctamente o verdadeiro peso deste tipo de despesas). Estes números foram apresentados publicamente pelo Dr. Bagão Félix (personalidade de reconhecida idoneidade) em comentário televisivo recente.
Na verdade, tem toda a lógica que a avaliação do peso destas despesas na despesa total do Estado seja feita em termos líquidos, na medida em que o montante das respectivas deduções (IRS), que é naturalmente contabilizado pelo lado das receitas, nunca existiria se as correspondentes remunerações ilíquidas não fossem pagas. Aliás, o citado comentador mais referiu ainda que idêntico critério deveria ser seguido na avaliação de outras despesas públicas que tenham contrapartidas parciais em receitas, por exemplo nas áreas da saúde (taxas moderadoras) e da educação (propinas). A transparência sobrepor-se-ia assim à manipulação falaciosa dos números, em que os políticos são normalmente hábeis.
O erro que permitiu que esta habilidade contabilística, no respeitante aos vencimentos dos funcionários públicos, tenha surgido deve-se ao facto de, já nos fins do Estado Novo, se terem aumentado os seus vencimentos na exacta medida do equivalente ao IRS que passaram a descontar em igualdade com os salários dos trabalhadores privados. Na altura pretendeu-se, com essa medida, tornar o sistema mais transparente na comparação entre remunerações públicas e privadas e tornar o IRS extensivo a todo o tipo de remunerações do trabalho.
Mas nos tempos que correm, a equidade fiscal e a justiça remuneratória parece já não constituirem princípios que preocupem quem nos governa. Se de facto assim não é, então porque razão é que o peso dos sacrifícios tem de recair mais violenta e desproporcionadamente sobre os funcionários públicos e pensionistas do que sobre todos as demais pessoas singulares ou colectivas que auferem rendimentos de trabalho ou de capital?
Será porque, no caso dos funcionários públicos, talvez por serem genericamente tidos por preguiçosos e imcompetentes pelo poder político da actual maioria, não merecem o que ganham?
 Será porque, no caso dos pensionistas que obtiveram pensões legitimamente constituídas após uma vida de trabalho com descontos legalmente estabelecidos para as suas aposentações e reformas, são tidos pelo poder político vigente como um peso morto na sociedade e que por isso não têm sequer direito a qualquer migalha do banquete orçamental que visasse minimizar os desequilíbrios estruturais do sistema e para os quais não se lhes pode atribuir qualquer outra culpa a não ser o de ainda estarem vivos? Banquete onde muitos dos mais poderosos interesses económicos privados, por vezes com obscuras conivências políticas, se continuam a sentar para reclamar gordas fatias do “bolo público”, aumentando assim as suas próprias gorduras (algumas até tresandando a corrupção) à custa do contribuinte? Duvido mesmo que este tipo de gorduras tenham alguma vez estado incluídas no rol das que o Senhor Primeiro-Ministro, há quase três anos, dizia tão bem conhecer, uma vez que mostra uma grande relutância em lhes tocar, preferindo antes ir rapá-las aos corpos emagrecidos dos mais fracos, colocando estes, e cada vez em maior número, em tristíssimas situações de desespero, como tem sido largamente divulgado pelas redes sociais e por alguns OCS mais sérios. Porém, o Senhor Primeiro-Ministro, no alto da sua arrogância, teve até o desplante, há algum tempo, de classificar as lamentações dos que se sentem esbulhados como “pieguices”, bem demonstrando a sua manifesta insensibilidade social e um lamentável desrespeito pelos seus concidadãos.
Mas temos de ir ainda mais longe, Senhor Primeiro-Ministro! Já o ouvi afirmar, bem como a alguns Ministros do seu Governo e Deputados dos partidos da actual maioria parlamentar, o seguinte:
Que é justo que as pensões mais altas (agora acima de 1000 euros) sejam reduzidas, através da Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES), para que:
1º. Se possa assegurar a sustentabilidade do sistema de segurança social (CNP e CGA);
2º. Se possam manter, ou até subir, as pensões mais baixas;
       3º. Se não penalizem mais fortemente as futuras pensões das gerações mais novas.
Desde logo, há que contrapôr ao 1º argumento que a sustentabilidade do sistema de segurança social está a ser muito mais afectada pelo elevadíssima taxa de desemprego (aumento dos subsídios de desemprego e quebra de receitas) do que pelo aumento da esperança de vida (aliás esta última tem sido considerada desde 2004 no cálculo das novas pensões através do factor de sustentabilidade). Se o desemprego atinge transitoriamente valores muito superiores àqueles para que o sistema foi desenhado, não é justo que sejam só os pensionistas a suportar toda a carga dos encargos necessários ao reequilíbrio do sistema por essa razão.
Assim, toda a sociedade deveria contribuir para esse esforço através de verbas inscritas no Orçamento do Estado. E se não há a coragem ou a vontade política para ir buscar os necessários recursos, certamente com menores efeitos recessivos para a economia, aos escandalosos contratos das PPP´s e SWAP´s, às rendas energéticas excessivas, aos moralmente injustificados benefícios fiscais, etc., então que se aumentem os impostos (sobretudo o IRS), porque assim os sacrifícios seriam realmente partilhados mais equitativamente por todos os cidadãos com capacidade contributiva.
Quanto ao caso especial da CGA, o Senhor Primeiro Ministro sabe tão bem como eu que a decisão de os funcionários públicos admitidos desde 2004 terem passado a  descontar para a CNP e não para a CGA, a de o Estado só ter começado a contribuir para esta última como entidade patronal desde há poucos anos, a de se ter concretizado uma acentuada redução de efectivos baseada em severas restrições nas admissões e na criação de condições que conduziram à antecipação de muitas aposentações e reformas, não constituiram propriamente factores de gestão cuja culpa possa ser atribuída aos actuais pensionistas. Aliás, se o benefício líquido nas despesas do Estado obtido com a redução de efectivos e as reformas antecipadas revertesse directamente para a CGA, talvez não houvesse razão para se falar de riscos da sua insustentabilidade durante muito tempo.
Em relação ao 2º argumento, não duvido que possa constituir um dever de justiça social manter ou até subir as pensões que se situam em patamares de extrema pobreza (a maioria delas com reduzidas ou mesmo nenhuma carreira contributiva), mas aqui mais uma vez afirmo que o correspondente esforço de solidariedade deve ser distribuído por todos os cidadãos e não só por aqueles que obtiveram pensões em resultado das suas extensas carreiras contributivas. Carreiras contributivas essas que na sua grande maioria corresponderam ao nível de responsabilidades e competências dos respectivos desempenhos profissionais, ao longo de uma vida de trabalho.
Num regime verdadeiramente democrático, a solidariedade social é um dever de todos os cidadãos que disponham de efectiva capacidade contributiva, através de um esforço naturalmente proporcional ao seu nível global de rendimentos, e não deve ser imposta descricionária e despoticamente a um único grupo de cidadãos. Fazê-lo é considerá-los como párias da sociedade a que pertencem!  E é esta a incontornável razão por que os pensionistas atingidos se sentem esbulhados e os leva a manifestar a sua profunda indignação. Por serem tidos como uma minoria com pouco peso eleitoral e fraca capacidade reinvindicativa, Vossa Excelência permite-se desprezar os seus legítimos direitos. E isto faz jus ao tão propalado “slogan” de que “este governo é fraco com os fortes e forte com os fracos”. 
Argumentar em abstacto que as pensões são muito altas para as disponibilidades financeiras do País e que os impostos não podem ser mais aumentados é mais uma desonesta falácia política que só visa pôr os trabalhadores activos contra os pensionistas, ou seja, fomentar um conflito intergeracional. E afinal os impostos são mesmo aumentados, só que recaiem violenta e exclusivamente sobre uma parcela limitada de pensionistas.
O mesmo raciocínio se pode fazer em relação aos cortes nas remunerações dos funcionários públicos, que na prática têm um efeito equivalente ao do lançamento de um imposto que só a eles se lhes aplica. Neste caso, por também serem justificados como indispensáveis cortes na despesa pública em alternativa ao aumento de impostos, a estratégia implícita é também a de acirrar o conflito entre os trabalhadores privados (a maioria) e os funcionários públicos (a minoria), o que se ajusta à matriz ideológica neo-liberal do actual Governo no sentido da pretendida redução drástica do peso das funções e serviços do Estado na sociedade. E uma situação de crise financeira é sempre mais favorável  à prossecução de tal objectivo.
Por fim, analisemos o 3º argumento, isto é, em que medida é que o montante das pensões pagas actualmente se reflecte na sustentabilidade das futuras pensões.
Como introdução à questão, parece-me importante referir a existência de estudos que revelam que a dívida acumulada do Estado à Segurança Social desde 1974, com as devidas correcções actuariais, se cifraria hoje em cerca de 70.000 milhões de euros (quase tanto como o empréstimo proporcionado pela “troika”). E disto não pode ser assacada qualquer culpa aos pensionistas. Considerando a gigantesca dimensão do referido número, seria obrigação de um Estado verdadeiramente transparente proceder a uma auditoria às contas da Segurança Social, desde o início do regime democrático instaurado há 40 anos, e divulgá-los através de um Livro Branco (há quem diga que seria um “livro negro”). O povo português poderia assim aperceber-se dos possíveis desmandos, incompetências, gestões danosas, injustificados perdões de dívidas ou prescrições das mesmas, eventuais desvios ilícitos de verbas dos respectivos fundos, efeitos ruinosos resultantes da incorporação de fundos de pensões privados, etc., etc., ou até das medidas acertadas que possam ter sido tomadas para tentar reequilibrar o sistema. Contudo, tenho fortes razões para crer que, se essa iniciativa não partir da sociedade civil, nunca chegará a ver a luz do dia.
Na verdade, bastaria que um terço ou um quarto dessa monstruosa dívida não se tivesse verificado para que o nível de reservas do fundo de estabilização da SS não tornasse credíveis quaisquer dúvidas que agora se quisessem levantar sobre a sustentabilidade do sistema num prazo bastante dilatado. No entanto, como se trata de uma hipótese sem qualquer utilidade prática, o que se exige do Estado de Direito em que supostamente vivemos, é que aqueles que dirigem os destinos do País tenham consciência de que não podem, pura e simplesmente, passar uma esponja sobre as responsabilidades passadas por erros ou omissões do Estado que tiveram nefastas consequências no futuro de determinado conjunto de cidadãos e, lavando as mãos como Pilatos, fazer recair exclusivamente sobre esses mesmos cidadãos todo o ónus de tais erros ou omissões. E é na realidade o que está a acontecer com os pensionistas, com toda a carga de injustiça e imoralidade que isso acarreta.
De facto, em consequência dos citados erros ou omissões políticas, o sistema de Segurança Social, no que às pensões respeita, foi progressivamente passando de um sistema de capitalização das contribuições dos trabalhadores e dos patrões (o Estado-patrão só muito recentemente começou a cumprir esse seu papel em relação à CGA) para um sistema essencialmente de redistribuição em que as gerações activas acabam por estar a pagar uma substancial parcela das pensões em pagamento, num chamado “compromisso intergeracional”. O sistema foi assim transformado, repito, não por culpa dos pensionistas, mas sim por culpa de  políticos com responsabilidades nesta matéria, que passaram por sucessivos governos.
Porém, se esta é a triste realidade a que chegámos, certamente irreversível pelo menos durante largos anos, então parece-me que, no presente, as gerações activas têm mais que se preocupar com os problemas que afectam a geração dos seus filhos (elevado desemprego, baixas taxas de natalidade, etc.), uma vez que vai ser essa geração que lhes deverá assegurar as suas futuras pensões e não os actuais pensionistas, que nessa altura já estarão quase todos no seu eterno descanso.   
 Pretender que os actuais pensionistas arquem com o peso de cortes substanciais nas suas pensões (como está a acontecer) para que, além de ajudarem a tapar buracos orçamentais de outra natureza, contribuam ainda para reforçar o fundo de estabilização da Segurança Social com vista a assegurar futuras pensões, é uma revoltante crueldade que só pode passar pela cabeça de quem não se rege pelos mais elementares princípios éticos!
Mas infelizmente, também nesta matéria, o actual Governo tem contribuído, através de alguns dos seus fiéis defensores com audiência nos OCS, para que estrategicamente seja criado um clima de conflito intergeracional favorável ao desenfreado ataque lançado contra os pensionistas.
E, todavia, de entre os pensionistas tão impiedosamente atacados, quantos se sacrificaram para que os seus filhos da actual geração activa pudessem ter condições para singrar na vida e vêem como pagamento desse esforço a ingratidão do Estado? Quantos, apesar dos cortes, continuam a ajudar financeiramente os seus filhos desempregados (ou com salários miseráveis) para que eles possam subsistir e assegurar que os netos não passem fome? Quantos deixaram de poder honrar compromissos financeiramente sustentáveis antes dos violentos cortes que sofreram? E quantos já têm de optar entre medicamentos ou alimentação? Infelizmente são muitos, e cada vez mais, Senhor Primeiro-Ministro!
A profunda desumanidade e muito fraco sentido de justiça que Vossa Excelência recorrentemente tem demonstrado nas suas atitudes e decisões, várias delas em completa oposição às suas promessas eleitorais, levaram-me a perder totalmente a consideração que gostaria de ter pelo Primeiro-Ministro da minha Pátria. E bem me pesa na consciência o facto de ter-me deixado enganar ao dar-lhe o modesto contributo do meu voto para a colocação de Vossa Excelência no alto cargo que ocupa.
Lisboa, 06 de Fevereiro de 2014
José Manuel Castanho Paes
(Pensionista da CGA nº 0062425-00)

(Associado da APRE! nº 845)

quinta-feira, 6 de Fevereiro de 2014

sábado, 14 de dezembro de 2013

AFINAL ELE SABE!!!

left quote O euro representa para os Estados europeus o culminar de um projeto muito ambicioso de eliminação das restrições ao movimento de bens, serviços e pessoas. Qual é o significado deste projeto? Não é senão a construção de uma economia assente na democratização da iniciativa económica, no respeito pela liberdade dos agentes e pelas suas escolhas, no completo aproveitamento das suas capacidades e das suas ideias, no desenvolvimento de uma economia de todos, feita por todos e para benefício de todos. right quote
2011-12-15, Primeiro-Ministro na Universidade de Aveiro

Se ele sabe ISTO , porque será que não o diz á MERKEL?